Gilvan Madalena Marçal é graduado em Comunicação Integrada - Jornalismo pela PUC-MG. Realizo trabalhos com webjornalismo e crítica cinematográfica através de experiências com blogs e pequenos sites de informação. Estudo as novidades e potencialidades da internet e seu papel dentro da comunicação integrada e os impactos no exercício do jornalismo. Um dos papeis da grande rede mundial é centralizar as informações e organizar democraticamente o acesso dos seus usuários. Desta forma optei por disponibilizar meu portifólio usando um blog. Além da economia de papel, possibilita uma constante atualização, ampla divulgação e mesmo um histórico pessoal das matérias e reportagens realizadas.

02 janeiro 2006

Belo Horizonte – De fazenda a atual metrópole

Exposição percorre a história de BH. A criação, fundação e expansão da 1ª cidade planejada do país.

O Museu Histórico Abílio Barreto está com uma exposição de longa duração - Belo Horizonte Tempo e Movimentos da Cidade Capital. A exposição apresenta ao público a construção e expansão de Belo Horizonte. Através de fotografias, quadros pintados a óleo, peças decorativas, móveis, peças religiosas, relógios, montarias, artefatos domésticos em geral o visitante é estimulado a ver a capital sob um novo olhar.

A mostra é dividida em dois módulos. O primeiro, dentro do casarão, resgata a origem do Arraial do Curral Del Rey através da criação da Fazenda do Cercado pelo bandeirante João Leite da Silva Ortiz, no século XVIII. A localidade banhada pelo Arrudas não proporcionava grandes ganhos auríferos e gradativamente optou-se pela agricultura. O trânsito constante de tropeiros consolidou a formação do povoado, nascendo o Arraial do Curral Del Rey. O nome é originado do cercado ou curral ali existente, onde o gado era reunido.

O arraial produzia e comercializava gêneros de primeira necessidade para os centros de mineração, em grande parte para a bacia do Rio das Velhas. O comércio ativo da região colocava-a em comunicação com outras regiões, incluindo os sertões da Bahia.

Do Arraial nasce a primeira cidade planejada do país, Belo Horizonte. Em 17 de dezembro de 1893, Afonso Pena, então presidente de Minas Gerais (1892-94), promulgou a lei que designava a então "Cidade de Minas" como a nova capital do estado. A cidade foi construída as pressas, entre 1894 e 1897. Mesmo assim, o tempo foi insuficiente. Em 12 de dezembro de 1897, com ruas empoeiradas e prédios a construir, foi inaugurada por Bias Fortes, então presidente de Minas Gerais. A pedido dos habitantes da cidade, em 1906, através de decreto do governador João Pinheiro da Silva, o nome foi mudado para Belo Horizonte.

O segundo módulo da mostra retrata a história da capital em quatro marcos cronológicos: a cidade construída nos fins do século XIX, sua expansão e crescimento na década de 1940, suas transformações nos anos 1960 e a cidade centenária.

Através da exposição o visitante entende como os bairros e ruas foram originados. “Achei interessante a exposição para entender a origem dos nomes das ruas como Afonso Pena, Bias Fortes e João Pinheiro”, afirma a estudante Fabrine do Santos.
Peças de grande porte do acervo do museu, como o bonde, a locomotiva a vapor, o coche de aluguel, o carro de boi, o elevador com porta pantográfica e a prensa estão distribuídas pelo casarão, conduzindo o visitante na história de BH.

Com a criação da capital, casas e prédios do antigo arraial foram desapropriados e demolidos. O único remanescente do vestígio colonial foi a sede da antiga Fazenda do Leitão, que hoje é o Museu Histórico Abílio Barreto. O museu não apenas expõem, mas também é a maior peça da exposição. “É inacreditável ver toda a história de BH dentro de um casarão que é parte desta história. A exposição ganha mais força e parece que estamos no passado aqui dentro” afirma o engenheiro aposentado Pablo Santori Filho. Outra peça remanescente do arraial é o altar da antiga Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, que pode ser conferida na própria catedral.

A exposição é uma grande oportunidade para os belohorizontinos e turistas descobrirem um pouco da historia da cidade e sua importância no cenário brasileiro.
Museu Histórico Abílio Barreto – Av. Prudente de Morais, 202 – Cidade Jardim.
Tel.: (31) – 32778573 – e-mail:mhab@pbh.gov.br
De terça a domingo: de 10h às 17h – Quinta-feira: de 10h às 21h

Abílio Barreto e o Museu

O jornalista e historiador Abílio Barreto desde 1935 colecionava objetos e documentos referentes ao antigo Arraial do Curral Del Rey e a construção da cidade de Belo Horizonte. Em maio de 1941 o então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitscheck criou a seção de história do arquivo geral da prefeitura, do qual Abílio Barreto foi responsável.

A partir desta seção foi inaugurado em 18 de fevereiro de 1943 o Museu Histórico de Belo Horizonte. Abílio Barreto recolheu e organizou o acervo do museu, cujas exposições apresentavam as origens coloniais da capital e a simplicidade das construções do arraial.

O museu surgiu em um momento em que Belo Horizonte vivia um impulso modernizador patrocinado por intervenções do poder público. O aumento do número de avenidas, a criação do distrito industrial e outros fatores alteravam a fisionomia urbana da capital mineira. A cidade ganhava um museu dedicado à sua história em um contexto de transformações urbanas que trazia consigo a ameaça de perda com os elos do passado.

Além dos objetos e documentos reunidos, Barreto reuniu um acervo fotográfico significativo que vai do fim do século XIX até o início de 1940. Atualmente o acervo fotográfico possui aproximadamente seis mil fotografias que vão de 1894 até 1990. Em 1967 o museu passou a ser chamado de Museu Histórico Abílio Barreto, em homenagem ao fundador, falecido em 1959.
Ao longo de cinqüenta anos o museu seguiu as mesmas diretrizes de preservar a historia de BH, conservando assim exposições, que no início da década de 1990, não respondiam mais às demandas cientificas e culturais dos modernos museus. A partir de 1993 modificações foram introduzidas apontando na direção de um novo formato.

Desde de então, o Museu Histórico Abílio Barreto também é concebido como um potencial centro cultural, onde são realizados eventos em torno da história de Belo Horizonte. Em virtude desta vocação cultural, alguns projetos como contando a história, teatro no casarão, brincando no museu, domingo no MHAB e sons noturnos se tornaram atrações para os belohorizontinos e para os turistas. Outro importante projeto é o Educação Patrimonial, que oferece cursos a professores, agentes culturais e de turismo que desejam utilizar as potencialidades do museu para suas atividades profissionais.